segunda-feira, 21 de março de 2011

Plano de aula Matemática

Trabalhar espaço e forma com fotografia possibilita trabalhar saberes e situações matemáticas muito presente no cotidiano. Cada individuo vê o mundo de uma maneira muito particular, pois cada um tem uma visão construída desde os primeiros anos de vida em função do ambiente e estímulos a sua volta. Quanto maior a oferta de aprendizagem mais sólida será esta visão Esta aula possibilita trabalhar noções quanto ao conceito de espaço físico e de localização.


Trabalhando com fotografia

• Objetivo
Descrever, interpretar e analisar a localização de pessoas, prédios, e objetos.
Utilizar pontos de importantes da rua XV de Novembro (antes e depois).
Conhecer itinerários dos ônibus.

• Conteúdo
Identificação de pontos de referencias sobre a mudança e trajetória da rua. Elaboração de ruas aos redores da XV de novembro com mapas.

• Anos
3º ano

• Tempo Estimado
Sete aulas

• Material
Fotos antigas e recentes da rua XV de Novembro mapa dos arredores da rua, folhas de sulfite, lápis, borracha caixa de papelão de diversos tamanhos

1ªEtapa Analisar e comparar diferenças nas fotos como localização de prédio lojas.


2ªEtapa Leve os alunos para um passeio por algum local da vizinhança escolhido coletivamente. Peça que eles observem edifícios comerciais e equipamentos urbanos, como banca, lojas, Eles devem anotar a localização de cada um para servir de referência na produção de uma maquete da rua.

3ªEtapa Divida a turma em grupos de quatro. Entregue a representação dos quarteirões visitados e peça que os estudantes assinalem os lugares observados no trajeto. Proponha uma discussão para comparar as produções.

4ªEtapa Crie situações onde os alunos respondam tipos de perguntas no inicio da rua tem banca?
Qual é a segunda loja?Quais são os prédios comerciais?Quais ônibus podem utilizar?

5ªEtapa
Montagem da maquete com as caixas de papelão.


• Avaliação
Proponha a exploração de mapas e da maquete. Dê algumas pistas para que localizem um lugar no mapa e pergunte se elas são suficientes. Divida a turma em equipes. Elas devem imaginar um caminho e fornecer informações para outro grupo traçá-lo no mapa e localizar na maquete. Verifique se são usados pontos de referência e dicas de direção. Facilite a tarefa para os estudantes que apresentarem dificuldades.

Jogos, Brincadeira e Brincadeiras

JOGO: Definição
Jogos políticos, de adultos, de crianças, de animais, etc.
Alguns são chamados jogos e outros brincadeiras.
Jogo: resultado de um sistema lingüístico, dentro da sociedade, uso diário e social da linguagem. A sociedade da à imagem que quer ao jogo.
Sistema de regras: estrutura e seqüência que especifica uma modalidade.

Jogos infantis:
Não-literalidade: realidade interna predomina sobre a externa.
Efeito positivo: prazer e alegria
Flexibilidade: combinações de idéias e comportamentos
Prioridade do processo de brincar: atenção concentrada na atividade e não em resultados.
Livre escolha: o jogo só e jogo se for escolhido pela criança.
Controle interno: as próprias crianças determinam o desenvolvimento do jogo
Jogo educativo: ensina qualquer coisa que complete o individuo em seu saber, conhecimento e apreensão do mundo

Os jogos e sua importância na escola

Jogos de exercícios
Repetição. Voltado à formação de hábitos, principal forma de aprendizagem no primeiro ano de vida. São à base das operações mentais futuras.

Jogos simbólicos
Vem depois dos jogos de exercícios. Importância fundamental para a produção de conhecimento na escola. Base dos “porquês”.

Jogo de regras
Igual aos jogos anteriores. Tem caráter coletivo e regra própria.

Competitividade:
Competir por si só não é bom ou ruim. Significa poder ao mesmo temo ganhar ou perder. O que modifica a competição e o modo que se reage a ela.

Competência:
Ser competente não significa ser individualista. As regras existem para todos, o importante é saber o valor operativo.

BRINQUEDO: relação intima com a criança. Ausência de regras. Estimula a representação, a expressão de imagens e da realidade.
Objetivo: dar a criança um substituto dos objetos reais para manipulação.
Reproduz o mundo cientifico e técnico. Propõe um mundo imaginário.

BRINCADEIRA: é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, mergulhando no lúdico.



Reflexão sobre o tema: Jogos, brinquedos e brincadeira

Concordamos com a afirmação da importância do brincar na infância. Pelos muitos benefícios que este traz para a criança no seu desenvolvimento social, intelectual e motor. Com relação aos brinquedos infelizmente são muitos aqueles que demonstram apenas o interesse comercial de seus fabricantes, e não trazem nada de bom as crianças, como armas de brinquedos, bonecos assassinos e outros que disseminam a violência, bonecas que ensinam fundamentalmente o valor do consumismo, da futilidade, retratando um estilo de vida que privilegia o supérfluo, através de seus muitos acessórios (sapatos, bolsa, carros, casa dos sonhos, etc.) transmitindo às crianças o ensinamento de que só se atinge a felicidade através da aquisição de bens materiais simbolicamente valorizados. Nos jogos competitivos mostramos nossa preocupação com a frase “que vença o melhor”; acreditamos que muitas vezes a criança tão somente interessada em vencer, porque afinal de contas vivemos numa sociedade capitalista que visa a competição em vários âmbitos como econômicos e sociais, não perceba a importância do apenas competir, do se divertir e vindo esta a uma derrota não saiba trabalhar muitas vezes com este sentimento desenvolvendo um complexo de inferioridade, porque se o que vence é o melhor e os que perdem o que são? Os piores? E preciso trabalhar esta temática com muito cuidado em sala de aula.

O Jogo e a Educação Infantil

O que diferencia o jogo da brincar são as suas especificidades. Um trabalho ou competição esportiva são jogos, mas é preciso lembrar que uma mesma conduta pode ser jogo ou não-jogo em diferentes culturas dependendo do significado a ela atribuído.
Ao jogo podemos atribuir algumas diferenciações:

1. Funciona dentro de um contexto social – cada sociedade, dependendo do lugar e da época, atribui uma imagem, um sentido ao jogo, possuindo significações distintas; como no Romantismo o jogo era tido como algo sério destinado a educação infantil. No Brasil jogo, brincadeira e brinquedo não possuem distinção e demonstram uma baixa conceituação neste campo.

2. Um sistema de regras – as regras são as estrutura seqüenciais que especificam as modalidades do jogo, quando alguém joga logo se deve obedecer as estas regras.

3. Objeto – caracterizam o jogo.

No brinquedo não existe um sistema de regras. O brinquedo em si estimula a expressão de imagens que traduzem aspectos da realidade, no jogo é necessário o desempenho de certas habilidades definidas pelo próprio jogo e regras, o que não acontece no brincar com o brinquedo. Além disso, o brinquedo reproduz o mundo técnico e cientifico através dos aparelhos eletrodomésticos, naves espaciais, bonecos e robôs, incorporando características de tamanho, formas, antropomorfismo, se relacionando com a idade e publico destinado e o mundo imaginário e da ficção cientifica criado pelos desenhos animados e seriados de TV. Os fabricantes de brinquedos neles introduzem imagens que mudam de acordo com a cultura local e contém diversas vezes uma referência ao tempo de infância do adulto, com representações trazidas pela memória e imaginação.
O brinquedo e a brincadeira têm relação direta com a criança, no seu desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil, e não se confundem com o jogo. A natureza livre do jogo se encontra na voluntariedade do ser humano, se imposta deixa de ser jogo, este tem um importante papel na formação mental e da realidade. O jogo acontece em um espaço e tempo determinado, com seqüência de brincadeira, onde há a liberdade de ação do jogador, a separação do jogo em limites e tempo, a incerteza que predomina e o caráter improdutivo de não criar, com relação a isto o que importa é o processo de brincar, a criança não se preocupa com a aquisição de conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade física ou mental. Características dos jogos infantis:
Não-literalidade: a realidade interna da criança predomina sobre a externa, o ursinho de pelúcia substitui o filhinho representado pela boneca.
Efeito positivo: o jogo infantil desperta o prazer e a alegria representados no sorriso, trazendo efeitos positivos de ordem corporal, moral e social da criança.
Flexibilidade: as crianças ficam mais dispostas a aprender novas combinações de idéias e de comportamento quando brincam do que em outras atividades não recreativas.
Prioridade do processo de brincar: quando a criança brinca concentra toda a sua atenção nesta atividade e não em seus resultados ou efeitos. O jogo infantil só pode receber este nome quando o objetivo da criança é brincar.
Livre escolha: o jogo infantil só pode ser jogo quando escolhido livremente pela criança. Caso o contrário é trabalho ou ensino.
Controle interno: no jogo infantil as próprias crianças determinam o desenvolvimento das ações.
Antigamente três visões estabeleciam as relações dos jogos infantis e a educação: 1. recreação, 2.uso do jogo para favorecer o ensino e 3.identificação da personalidade infantil para adequação as suas necessidades, e por muito tempo o jogo infantil era apenas algo recreativo. No Renascimento esta visão mudou o jogo servia para divulgar princípios morais e éticos, conteúdos de história, geografia, etc. passando a ser uma conduta livre que favorecia o desenvolvimento da inteligência, linguagem e imaginário e facilitava os estudos.
No século XIX com o darwinismo o jogo se torna cientifico. Visto como elemento participante da seleção natural, a conduta lúdica parece incorporar à adaptabilidade dos animais que se tornam mais capazes a sobrevivência. O jogo é um pré-exercicio de instintos herdados, uma necessidade biológica e psicologicamente um ato voluntario.
Na pedagogia atual, com o escolanovista Piaget, a brincadeira participa do conteúdo da inteligência, à semelhança da aprendizagem, sendo o meio de estudar a criança e perceber seus comportamentos. Brincadeiras como esconder o rosto com a fralda estimulam a criatividade, conduzem a descoberta das regras e colaboram com a aquisição da linguagem; é a ação comunicativa nas brincadeiras entre mãe e filho que da significado as gestos levando a criança a aprender a falar.
O brinquedo educativo é o recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa. Quebra-cabeça ensina formas e cores, brinquedos de tabuleiro levam a compreensão dos números e operações matemáticas, brinquedos de encaixe, trabalham seqüência de tamanho e formato, etc. o jogo contempla varias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo para a aprendizagem e desenvolvimento infantil, o educador ao estimular os jogos educativos esta potencializando as situações de aprendizagem como:
1. Função lúdica: o brinquedo traz diversão, prazer e desprazer, quando escolhido voluntariamente.
2. Função educativa: o brinquedo ensina a criança em seu saber, seus conhecimentos e apreensão do mundo.
Por ser um elemento folclórico a brincadeira tradicional infantil traz características de tradicionalidade, transmissão oral, conservação, mudança e universalidade. Não conhecemos a origem da amarelinha, do pião ou das parlendas, povos antigos na Grécia e do Oriente já brincavam com estes jogos e na atualidade as crianças não o fazem diferente. A brincadeira tradicional garante a presença do lúdico e do imaginário.
A brincadeira de faz-de-conta deixa presente a situação do imaginário, permitindo a expressão de regras nos temas das demais brincadeiras. Ao brincar de faz-de-conta a criança esta criando símbolos.
Os jogos de construção são muito importantes por enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver habilidades na criança. Transformando, construindo e destruindo a criança mostram a sua imaginação, conflitos e permite aos profissionais na área o diagnóstico das dificuldades bem como aos professores o estímulo ao imaginário e o desenvolvimento afetivo e intelectual. Com os jogos de construção a criança expressa suas representações mentais alem de manipular objetos.

Plano de aula Ciências

OBJETIVOS

- Compreender a teoria da evolução das espécies criada por Charles Darwin.


CONTEÚDOS

- Evolução dos seres vivos.


ESTRATÉGIA/RECURSOS DIDÁTICOS

- Explicarei sobre quem foi Charles Darwin e a sua Teoria Evolucionista; resaltando que a evolução não acontece sobre o indivíduo, mas sobre a espécie e que a vantagem evolutiva só será passada adiante se os indivíduos dessa espécie se reproduzirem. Irei propor um debate em sala sobre frases atribuídas a Darwin que ele nunca disse: “A lei do mais forte” e “O homem descende do macaco” já que este afirmou foi que a lei da sobrevivência de uma espécie é deixar descendentes e que homens e macacos tiveram um ancestral comum; e a reflexão a respeito da evolução: é a natureza que provoca a mudança do bico da ave ou a natureza seleciona a variação do bico, que acontece ao acaso?. Tesoura, fita adesiva, páginas de jornal, umas com texto e poucas fotos, outras com muitas imagens e pouco texto dê preferência às páginas em branco e preto. Com a ajuda de alguns alunos recortarei pequenos pedaços em forma de borboleta e farei com que algumas tenham nas asas apenas letras, outras somente imagens, e algumas mistas; irei cola-las em uma página aberta de jornal rica em textos. Procurando esconder algumas borboletas sob as figuras e outras sob as letras ficando camufladas, colocarei a folha de jornal com borboletas no quadro negro, dividirei a turma em grupos e pedirei que eles localizem o maior número de borboletas possível à distância, num intervalo de 20 segundos.



AVALIAÇÃO

- Avaliarei os alunos com perguntas referentes à atividade: algum tipo de borboleta levou mais vantagem sobre o outro? Se sim, que tipo de vantagem? Por quê? Se fossem borboletas de verdade, quais teriam mais chances de se reproduzir e de deixar descendentes? Por quê?
pedirei a opinião deles sobre como Darwin explicaria o ocorrido com as borboletas do jornal .


BIBLIOGRAFIA

- Revista Nova Escola nº 221 Abril/2009

sábado, 10 de abril de 2010

O Coordenador pedagógico e a formação docente

O Coordenador pedagógico e a formação docente

O professor coordenador deve ser capaz de identificar problemas de comunicação entre seus pares no ambiente escolar e estar preparado pra discernir sobre seu papel de atuação dentro da escola. A este profissional são atribuídos: 1) a resolução de problemas instaurados; 2) prevenção de situações problemáticas; 3) promoção de situações saudáveis do ponto de vista educativo e socioafetivo.
O inicio do ano letivo traz consigo especificidades no funcionamento escolar, uma nova realidade: escola nova, ciclo novo, espaço, exigências, professores e colegas desconhecidos; o retorno após o período de férias ou recuperação. Os alunos novos sofrem com a expectativa os veteranos com as eventuais mudanças na ordem já conhecida e a entrada de novos colegas; os professores também imaginam como serão seus futuros alunos, todos enfim voltam com energia renovada e expectativas para o trabalho que se inicia. Para tanto e preciso se ater aos aspectos reais e não ilusórios da escola, as pessoas passam a se relacionar a partir de imagens construídas em contextos que não o do trabalho educativo.
A escola deve agir em duas direções: a) conhecendo a própria realidade renovada a cada ano; b) criando canais efetivos de divulgação e comunicação dessa realidade; para tal tarefas especificas devem ser realizadas para essa finalidade, como o processo de Caracterização dos alunos, que da condições ao coordenador pedagógico para realizar a Montagem de sala de aula e também motivar uma Preparação dos professores para Recepção dos alunos.
A caracterização dos alunos antigos e feita em cima do seu conhecimento prévio, o conhecimentos do aluno dará suporte a atividades como montagem das turmas e orientação dos professores. Ocorrem dois graves problemas relacionados à caracterização:
1º ênfase nos aspectos cognitivos sem contemplar as esferas emocional interpessoal e valores.
2º tendências em utilizar a caracterização social e da família do aluno para justificar problemas escolares e comportamentos em sala de aula.
As idéias preconcebidas da escola sobre um aluno costumam prejudicar muito mais este e o seu futuro do que a própria situação familiar e social.
Com relação à montagem de salas o ideal para educação são as classes internamente heterogêneas, pois exibem em si a diversidade em sua composição: alunos diferentes uns dos outros quanto a sexo, aptidões, desempenho escolar, idade, interesses, gostos, entre outros e homogêneas entre si (parecidas umas com as outras). Porem muitos professores são contrários a esta idéia, pois acreditam que não permitem um bom trabalho.
Na preparação de professores e preciso ter em mente que o professor também precisa de um processo de adaptação, de certa forma a escola também para este é nova com seus alunos ingressantes, no material didático adotado que é diferente do anterior, etc. E muitas vezes a resistência dos professores a recepção dos alunos se deve ao fato da confusão entre recepção e sedução (circos, concursos de dança e outras coisas para atrair os alunos). A escola não pode fazer uso de atrações que nada tenham haver com seu cotidiano, a recepção dos alunos deve se pautar em dois aspectos básicos: trabalho/ construção de vinculo saudável.
A recepção dos alunos:
1. O primeiro dia de aula: é bom que a escola confeccione m calendário de inicio de ano escalonado com as turmas ingressantes, isso é bom para o contato aluno/escola. Distribuição de uma apostila com informes gerais, é importante que os alunos se sintam interagindo, explorando de maneira orientada os espaços da escola e conhecendo pessoas que serão referencia no dia a dia. Produção de atividades para serem afixadas em murais mostrando que aquele lugar é deles, criando assim uma relação afetiva entre aluno/funcionário/espaço. Para o aluno veterano também é importante o acolhimento inicial.
2. A primeira semana de aula: as tarefas devem ser curtas para que possam ser discutidas previa e posteriormente. O ano letivo tem inicio no primeiro dia de aula, os trabalhos começam nas primeiras atividades, não se deve seduzir o aluno com a ausência de trabalhos nos primeiros dias.
3. O primeiro bimestre: período de adaptação onde o professor deve estar atento ao ritmo da sala de aula, aplicando avaliações com o intuito de não perder de vista as dificuldades dos alunos.


Questões Texto 1

1) Qual o papel do coordenador pedagógico na escola?
2) O coordenador pedagógico deve ser autoritário?


Questões Texto 2

1) Como se dá a escolha dos alunos para a formação da sala de aula por homogeneidade ou heteromogeinidade? Justifique.
2) Como é a recepção dos alunos no inicio do ano letivo?

domingo, 4 de abril de 2010

Teatro - Analfabetismo ( Quem acredita sempre alcança)

Quem acredita sempre alcança

Autora: Lili de Sousa


Hosana – Rosinha
Renata – Rebeca
Carol – Zé
Linete – Professora
Izineide – Zefinha
Maylane – Tonho
Roseanny – Michele
Andreza D – Ana
Andreza M – Elenilda
Charlene – Das Dô


Estão o pai, a mãe e a filha a mesa da cozinha

Rebeca – mãe falta pouco agora para terminar a minha faculdade de pedagogia, sabe qual vai ser a primeira coisa que eu vou fazer quando terminar?

Das Dô – o que fia?

Rebeca – ensinar você e o pai a lê...voces vão ser meu primeiros alunos.

Zé – oxe fia ! dexa disso eu e tua mãe já tamu véio, num temo mai cabeça pra aprender nada nessa vida

Das Dô – dexa nossa fia home ! ela acredita ne nóis no nosso potenciar

Rebeca – isso mesmo mãe. Agora deixa eu ir que não quero perder a aula.

Rebeca sai da sala

Das dô – ora Zé num fala isso que ocê falô, dexa a minina é tão esforçada ele só qué nosso bem

Zé - eu seio mulé...é que num quero que ela perca o tempo dela cum nóis...vamu dexa de prosa, tenho que trabaiar, troquei de turno com o Josué e hj cou tomar conta da rua de cima...inté!

Das dô – inté !

Zé beija a Das Dô e saí da sala, fechando a porta.
Batidas na porta

Das dô – oxe cumadí Zefinha, se achegue venha tumá um café

Zefinha - oi cumadí Das dô tava passando e vim visitá, como vai ocês?

Das dô - bem cum a graça de deus nosso Jesus Cristo, e meu cumpadi tonho como ta?

Zefinha – anda meio avexado cum uma dor nas costas, e a minina onde anda?

Das dô – ta istudando...se formando prefessora

Zefinha – que coisa boa!

Das dô – i sabe o que ela qué fazê? Insinar eu e o Zé a aprender a lê

Zefinha – é memo cumadi e oces qué?

Das dô – porque não cumadi zefinha? E bom pra nóis. Lá no norte nóis num tivemos oportunidade de istudá, desde piráia trabaiamo na roça de mi, hoje nóis mora im Sun Paulo, cidade grande. Quantas veiz as madama num brigaram cum nóis porque não sabemo lê as etiquetas das ropâ e lavamo cum cândida quando num podia, ou passamu ferro errado? Ocê sabia que cada tipo de pano tem um jeito de passá?

Zefinha - eu seio cumadi, eu também num seio lê...é tudu mais difici...eu nunca andei de metrô sozinha, só cum os meus fio, e tanta letra, tanta palavra pra la, pra ca. Mais é que nois tamu veio, istudar e pros minino que tem cabeça nova e num tem preocupação na vida

Das dô – eu discordo cumadi!...e quero aprender a lê.

Zefinha - ta certo das dô, vai vê a cumadi ta certa...mais agora preciso ir tenho que comprar os remédios pra dor do veio.

Das dô – oxe ta cedo...aparece mais veiz pra nóis prosear

Zefinha – pode dexá

Das dô - vai cum deus

Zefinha – fica cum ele

Das dô - ti levo até o portão cumadi.

Zefinha e Das dô saem.
Entra Tonho com dor nas costas e se senta numa cadeira. Zefinha abre a porta e entra

Zefinha – ta meior tonho?

Tonho – a dor passou um pouco, o que ce ta fazendo?

Zefinha - vendo a receita dos seus remédios que o dotor passou.

Tonho – vendo pra que? ce num sabe lê?...dexa isso ai quando os minino chegar eles lê pra nóis.

Zefinha - a fia da cumadi das dô ta si formando prefessora, ela vai insinar o cumpadi e a cumadi a lê.

Tonho – isso é bom...nóis que num sabe lê somo igual bicho, igual boi, que o fazendeiro pôe cabresto e leva pra donde qué, prum lado e pru outro, sem vontade.

Zefinha – ce acha que nóis ainda aprende a lê tonho? Memo tanu veio?

Tonho – oxe porque não mulé, tamu véio mai num tamu morto e diz o ditado: enquanto a vida há esperança.

Zefinha - tu ta certo tonho, vamu aprende a lê com a fia da das dô?...to cansanda de ser anarfabeta e num cunsigui lê nem uma receita de remédio.

Tonho – certo mulé vamu falar cum ela amanhã, agora eu quiria me deitar pra vê se esta mardita dor passa.

Zefinha – vamu deitar Tonho pra ocê tuma seus remédios.

Zefinha e tonho saem
Entra Rebeca e Ana, elas se sentam nas carteiras, logo em seguida a professora entra.

Professora –

A professora abraça Ana e Rebeca e sai deixando as duas.
Entra Michele

Michele - estou tão feliz por vocês acabou o curso afinal, pra mim ainda falta um ano.

Rebeca – agora vou poder realizar o meu maior sonho.

Ana – qual rebeca?

Rebeca – ensinar os meus pais a ler.

Michele - que lindo beca!!

Ana – eu também quero trabalhar na educação de jovens e adultos, eles são pessoas com muito potencial, só não tiveram oportunidades de estudar quando crianças.

Rebeca – igual os meus pais, que tiveram trabalhar pra ajudar no orçamento domestico...vcs sabiam que só em SP há 383.000 analfabetos

Michele – nossa eu não sabia gente

Ana - o Brasil é o 3º maior índice da analfabetismo no America do Sul, com 23 milhões de analfabetos. Precisamos mudar essa realidade.

Rebeca - mais somos só duas Ana

Ana - duas que valem por muitas, eu vou trabalhar numa ONG de EJA perto de casa, não querem vir comigo...eles precisam de professores e estagiários.

Michele - eu adoraria...estou começando a me interessar pelo EJA.

Rebeca – e meus pais poderiam estudar la também?

Ana – lógico que sim.

Rebeca e Michele – então vamos

As três saem da sala.
Entram Das dô e Zé e se sentam nas carteiras com seus cadernos...em seguida Michele se senta perto deles...entram Ana e Rebeca

Rebeca - boa noite hoje e nosso primeiro dia de aula e quero apresentar a vocês a professora Ana...

Batem na porta e entram...

Tonho - licença prefessora, tem lugar pra mais 4 alunos na sua turma?

Rebeca - lógico que tem seu Antonio.

Tonho - eu, minha mulé e minhas subrinhas queremu aprende a lê, tamu cansado de ser igual boi nessa vida...sem entendimento das palavras sabe?

Rebeca - sei seim seu Antonio e o senhor esta certo, agora vocês vão aprender a ler e não só isso vão também aprender a escolher, refletir e ter senso critico.

Tonho – isso é bao demais sô!

Zefinha – prefessora essas são minhas subrinhas Rosinha e Elenilda.

Rosinha - oia fessora eu fui na escola quando era pequena...aprendi um bucadinho...eu conheço as letras e umas palavras

Elenilda – eu também...seio lê mais o menos

Rebeca - então voces são letradas...só precisam ler mais...aqui a professora Ana vai ajudar vocês.

Rebeca – então vamos começar a aula?

Todos – vamos professora

Entrevista com um adolescente surdo

(realizada no dia 31/05/09 na casa da discente Jeniffer X. Saraiva)
Entrevistados

Mãe: Maria Teresa
Idade: 42 anos
Filho: Diego
A mãe foi interprete

Perguntas e Respostas

1. Como foi sua gravidez?
Durante a gravidez, correu tudo bem, fiz acompanhamento médico, pré – natal, alimentação normal, passei por algumas preocupações, mas não interferiu na minha saúde e na do bebê.

2. E o parto?
O parto foi cesariano sem complicações, ele chorou bastante

3. Como vocês (mãe e pai) descobriram a surdez de Diego?
No primeiro mês de eu fiquei desconfiada que houvesse algo errado com o meu filho, pois ele chorava muito e nada que fizéssemos cessava o choro dele. Sempre tentávamos chamar a atenção dele por meios de brinquedos com barulho, musicas de ninar,mas não obtínhamos resultado positivo, então resolvi procurar um médico,após alguns exames veio o diagnóstico foi (um choque ), o Diego era surdo.

4. Qual foi sua reação?
Eu achei que era impossível e isso não podia está acontecendo comigo, o meu bebê era lindo e visivelmente perfeito. Não aceitei! E dei meu filho para minha mãe criar, tentei não me aproximar muito, mas depois de algum tempo resolvi que o filho era meu e o amava do jeito que Deus havia me dado.

5. Tem outros casos de surdez em sua família ou do seu marido?
Tem sim na do meu marido, ele tem um tio por parte de pai era surdo, e o segundo caso e o Diego.

6. Como você começou a se comunicar com o Diego?
Procurei ajuda na igreja que congrego, lá têm surdos, temos interpretes e eles e me ensinaram alguns sinais que me ajudaram na comunicação com o Diego, eu e meu marido aprendemos aos poucos a lidar com a situação.

7. Com quantos anos ele entrou na escola?
Com sete anos de idade, ele entrou na 1º série do ensino fundamental, em uma escola especializada para surdos em sua sala tinha vinte crianças contando com o Diego todos surdos.

8. Como foi a infância dele?
Creio que normal, ele brincou, mas sempre em nossa casa ou na casa de um amiguinho surdo, nunca com amigos ouvintes, pois não confiamos. Sempre controlamos as amizades dele e só sai comigo ou com o pai dele.

9. Qual o grau de surdez do Diego?
O Diego tem a audição totalmente comprometida, ou seja, ele não escuta nada, e totalmente surdo.

10. Como e a comunicação em família?
Conversamos em libras com o Diego eu e o pai dele, nos comunicamos sempre para que o Diego saiba o que estamos falando,interagimos com ele através da libra nas refeições, do lazer ou se em todos os momentos.

Perguntas direcionadas ao Diego

11. Quais seus passatempos favoritos?
Jogar vídeo game, navegar na net ir a reuniões para jovens de minha igreja.

12. Se você pudesse mudar o mundo, o que você mudaria?
A desigualdade! Queria que fossemos iguais perante as leis dos homens, pois igualdade mesmo só na lei de Deus.

13. Qual a dificuldade em aprender a língua de sinais?
Eu não achei difícil, e aprendemos de acordo com nossas necessidades.

14. A sexualidade como você encara, prefere se relacionar com surdos ou não faz diferença?
Eu encaro de forma normal, e prefiro namorar com garotas surdas. E bem melhor, já me relacionei com moça ouvinte mais não deu certo.

15. Você sofre algum tipo de descriminação qual?
Não diretamente, mas já vi pessoas rindo de mim e de meus amigos enquanto conversávamos em libras em um shopping. E confesso que e chato.

16. Na comunidade surda como vocês lidam com a questão das drogas?
Somos evangélicos temos a Deus não precisamos de drogas para ficamos felizes ou esquecer nossos problemas.

17. Qual a importância da sua família em sua vida?
A minha família é meu alicerce, e um presente de Deus para mim.

18. Qual a maior dificuldade que você encontra no mundo dos ouvintes?
A inclusão social.

19. Qual sua escolaridade pretende fazer um curso superior, como foi seu aprendizado e desenvolvimento desde o inicio?
Estou cursando o 3º ano do ensino médio, não sei ainda se vou cursar o ensino superior, mas se for farei artes plásticas adoro desenhar, desenho super bem. Sempre estudei em escola especializada para surdos, meus pais nunca me colocaram em escola regular.

20. Você tem irmãos?
Não, sou filho único.

21. Gostaria de ter irmãos?
Não, gosto de ser filho único, acho que se meus pais tivessem mais filhos eu não tinha estudado em escola de surdos, e sim em escolas de ouvintes sofreria humilhações, sei tudo seria mais difícil para mim, gosto e prefiro pessoas iguais a mim.

22. Com quantos anos você teve sua primeira namorada?
Com 17 anos, ela era ouvinte, no começo foi legal, depois ficou chato, ela não gostava da minha galera, ai brigamos e terminamos, acho que ela não se sentia bem no meio dos surdos e eu no meio dos ouvintes.

23. Você tem liberdade para sair, ou só acompanhado?
Não só saio com meus pais ou com amigos, isso me incomoda fazer o que? É o único jeito, sei que e para o meu bem, se é perigoso para os ouvintes imagine para nós surdos sairmos sozinhos.

24. O que você mais gosta de comer, qual seu prato predileto?
Amo comer chocolate e meu prato predileto e arroz, feijão, bife e batata frita.

25. Qual o lugar que você mais gosta de freqüentar?
A igreja onde congrego e adoro ir ao museu.

26. Você sabe ler e escrever?
Sim.

27. Qual seu sinal?
E o gesto de um boné!
(Faz um gesto de boné com a mão na frente da testa)

28. Você curte alguma banda, estilo de música ou clip?
Gosto de Black, e adoro assistir clips da MIX TV.

29. Qual seu estilo de roupa?
Não sei, gosto de me vestir assim, sempre uso esse tipo de roupa! Pareço Rapper né?!