sábado, 10 de abril de 2010

O Coordenador pedagógico e a formação docente

O Coordenador pedagógico e a formação docente

O professor coordenador deve ser capaz de identificar problemas de comunicação entre seus pares no ambiente escolar e estar preparado pra discernir sobre seu papel de atuação dentro da escola. A este profissional são atribuídos: 1) a resolução de problemas instaurados; 2) prevenção de situações problemáticas; 3) promoção de situações saudáveis do ponto de vista educativo e socioafetivo.
O inicio do ano letivo traz consigo especificidades no funcionamento escolar, uma nova realidade: escola nova, ciclo novo, espaço, exigências, professores e colegas desconhecidos; o retorno após o período de férias ou recuperação. Os alunos novos sofrem com a expectativa os veteranos com as eventuais mudanças na ordem já conhecida e a entrada de novos colegas; os professores também imaginam como serão seus futuros alunos, todos enfim voltam com energia renovada e expectativas para o trabalho que se inicia. Para tanto e preciso se ater aos aspectos reais e não ilusórios da escola, as pessoas passam a se relacionar a partir de imagens construídas em contextos que não o do trabalho educativo.
A escola deve agir em duas direções: a) conhecendo a própria realidade renovada a cada ano; b) criando canais efetivos de divulgação e comunicação dessa realidade; para tal tarefas especificas devem ser realizadas para essa finalidade, como o processo de Caracterização dos alunos, que da condições ao coordenador pedagógico para realizar a Montagem de sala de aula e também motivar uma Preparação dos professores para Recepção dos alunos.
A caracterização dos alunos antigos e feita em cima do seu conhecimento prévio, o conhecimentos do aluno dará suporte a atividades como montagem das turmas e orientação dos professores. Ocorrem dois graves problemas relacionados à caracterização:
1º ênfase nos aspectos cognitivos sem contemplar as esferas emocional interpessoal e valores.
2º tendências em utilizar a caracterização social e da família do aluno para justificar problemas escolares e comportamentos em sala de aula.
As idéias preconcebidas da escola sobre um aluno costumam prejudicar muito mais este e o seu futuro do que a própria situação familiar e social.
Com relação à montagem de salas o ideal para educação são as classes internamente heterogêneas, pois exibem em si a diversidade em sua composição: alunos diferentes uns dos outros quanto a sexo, aptidões, desempenho escolar, idade, interesses, gostos, entre outros e homogêneas entre si (parecidas umas com as outras). Porem muitos professores são contrários a esta idéia, pois acreditam que não permitem um bom trabalho.
Na preparação de professores e preciso ter em mente que o professor também precisa de um processo de adaptação, de certa forma a escola também para este é nova com seus alunos ingressantes, no material didático adotado que é diferente do anterior, etc. E muitas vezes a resistência dos professores a recepção dos alunos se deve ao fato da confusão entre recepção e sedução (circos, concursos de dança e outras coisas para atrair os alunos). A escola não pode fazer uso de atrações que nada tenham haver com seu cotidiano, a recepção dos alunos deve se pautar em dois aspectos básicos: trabalho/ construção de vinculo saudável.
A recepção dos alunos:
1. O primeiro dia de aula: é bom que a escola confeccione m calendário de inicio de ano escalonado com as turmas ingressantes, isso é bom para o contato aluno/escola. Distribuição de uma apostila com informes gerais, é importante que os alunos se sintam interagindo, explorando de maneira orientada os espaços da escola e conhecendo pessoas que serão referencia no dia a dia. Produção de atividades para serem afixadas em murais mostrando que aquele lugar é deles, criando assim uma relação afetiva entre aluno/funcionário/espaço. Para o aluno veterano também é importante o acolhimento inicial.
2. A primeira semana de aula: as tarefas devem ser curtas para que possam ser discutidas previa e posteriormente. O ano letivo tem inicio no primeiro dia de aula, os trabalhos começam nas primeiras atividades, não se deve seduzir o aluno com a ausência de trabalhos nos primeiros dias.
3. O primeiro bimestre: período de adaptação onde o professor deve estar atento ao ritmo da sala de aula, aplicando avaliações com o intuito de não perder de vista as dificuldades dos alunos.


Questões Texto 1

1) Qual o papel do coordenador pedagógico na escola?
2) O coordenador pedagógico deve ser autoritário?


Questões Texto 2

1) Como se dá a escolha dos alunos para a formação da sala de aula por homogeneidade ou heteromogeinidade? Justifique.
2) Como é a recepção dos alunos no inicio do ano letivo?

domingo, 4 de abril de 2010

Teatro - Analfabetismo ( Quem acredita sempre alcança)

Quem acredita sempre alcança

Autora: Lili de Sousa


Hosana – Rosinha
Renata – Rebeca
Carol – Zé
Linete – Professora
Izineide – Zefinha
Maylane – Tonho
Roseanny – Michele
Andreza D – Ana
Andreza M – Elenilda
Charlene – Das Dô


Estão o pai, a mãe e a filha a mesa da cozinha

Rebeca – mãe falta pouco agora para terminar a minha faculdade de pedagogia, sabe qual vai ser a primeira coisa que eu vou fazer quando terminar?

Das Dô – o que fia?

Rebeca – ensinar você e o pai a lê...voces vão ser meu primeiros alunos.

Zé – oxe fia ! dexa disso eu e tua mãe já tamu véio, num temo mai cabeça pra aprender nada nessa vida

Das Dô – dexa nossa fia home ! ela acredita ne nóis no nosso potenciar

Rebeca – isso mesmo mãe. Agora deixa eu ir que não quero perder a aula.

Rebeca sai da sala

Das dô – ora Zé num fala isso que ocê falô, dexa a minina é tão esforçada ele só qué nosso bem

Zé - eu seio mulé...é que num quero que ela perca o tempo dela cum nóis...vamu dexa de prosa, tenho que trabaiar, troquei de turno com o Josué e hj cou tomar conta da rua de cima...inté!

Das dô – inté !

Zé beija a Das Dô e saí da sala, fechando a porta.
Batidas na porta

Das dô – oxe cumadí Zefinha, se achegue venha tumá um café

Zefinha - oi cumadí Das dô tava passando e vim visitá, como vai ocês?

Das dô - bem cum a graça de deus nosso Jesus Cristo, e meu cumpadi tonho como ta?

Zefinha – anda meio avexado cum uma dor nas costas, e a minina onde anda?

Das dô – ta istudando...se formando prefessora

Zefinha – que coisa boa!

Das dô – i sabe o que ela qué fazê? Insinar eu e o Zé a aprender a lê

Zefinha – é memo cumadi e oces qué?

Das dô – porque não cumadi zefinha? E bom pra nóis. Lá no norte nóis num tivemos oportunidade de istudá, desde piráia trabaiamo na roça de mi, hoje nóis mora im Sun Paulo, cidade grande. Quantas veiz as madama num brigaram cum nóis porque não sabemo lê as etiquetas das ropâ e lavamo cum cândida quando num podia, ou passamu ferro errado? Ocê sabia que cada tipo de pano tem um jeito de passá?

Zefinha - eu seio cumadi, eu também num seio lê...é tudu mais difici...eu nunca andei de metrô sozinha, só cum os meus fio, e tanta letra, tanta palavra pra la, pra ca. Mais é que nois tamu veio, istudar e pros minino que tem cabeça nova e num tem preocupação na vida

Das dô – eu discordo cumadi!...e quero aprender a lê.

Zefinha - ta certo das dô, vai vê a cumadi ta certa...mais agora preciso ir tenho que comprar os remédios pra dor do veio.

Das dô – oxe ta cedo...aparece mais veiz pra nóis prosear

Zefinha – pode dexá

Das dô - vai cum deus

Zefinha – fica cum ele

Das dô - ti levo até o portão cumadi.

Zefinha e Das dô saem.
Entra Tonho com dor nas costas e se senta numa cadeira. Zefinha abre a porta e entra

Zefinha – ta meior tonho?

Tonho – a dor passou um pouco, o que ce ta fazendo?

Zefinha - vendo a receita dos seus remédios que o dotor passou.

Tonho – vendo pra que? ce num sabe lê?...dexa isso ai quando os minino chegar eles lê pra nóis.

Zefinha - a fia da cumadi das dô ta si formando prefessora, ela vai insinar o cumpadi e a cumadi a lê.

Tonho – isso é bom...nóis que num sabe lê somo igual bicho, igual boi, que o fazendeiro pôe cabresto e leva pra donde qué, prum lado e pru outro, sem vontade.

Zefinha – ce acha que nóis ainda aprende a lê tonho? Memo tanu veio?

Tonho – oxe porque não mulé, tamu véio mai num tamu morto e diz o ditado: enquanto a vida há esperança.

Zefinha - tu ta certo tonho, vamu aprende a lê com a fia da das dô?...to cansanda de ser anarfabeta e num cunsigui lê nem uma receita de remédio.

Tonho – certo mulé vamu falar cum ela amanhã, agora eu quiria me deitar pra vê se esta mardita dor passa.

Zefinha – vamu deitar Tonho pra ocê tuma seus remédios.

Zefinha e tonho saem
Entra Rebeca e Ana, elas se sentam nas carteiras, logo em seguida a professora entra.

Professora –

A professora abraça Ana e Rebeca e sai deixando as duas.
Entra Michele

Michele - estou tão feliz por vocês acabou o curso afinal, pra mim ainda falta um ano.

Rebeca – agora vou poder realizar o meu maior sonho.

Ana – qual rebeca?

Rebeca – ensinar os meus pais a ler.

Michele - que lindo beca!!

Ana – eu também quero trabalhar na educação de jovens e adultos, eles são pessoas com muito potencial, só não tiveram oportunidades de estudar quando crianças.

Rebeca – igual os meus pais, que tiveram trabalhar pra ajudar no orçamento domestico...vcs sabiam que só em SP há 383.000 analfabetos

Michele – nossa eu não sabia gente

Ana - o Brasil é o 3º maior índice da analfabetismo no America do Sul, com 23 milhões de analfabetos. Precisamos mudar essa realidade.

Rebeca - mais somos só duas Ana

Ana - duas que valem por muitas, eu vou trabalhar numa ONG de EJA perto de casa, não querem vir comigo...eles precisam de professores e estagiários.

Michele - eu adoraria...estou começando a me interessar pelo EJA.

Rebeca – e meus pais poderiam estudar la também?

Ana – lógico que sim.

Rebeca e Michele – então vamos

As três saem da sala.
Entram Das dô e Zé e se sentam nas carteiras com seus cadernos...em seguida Michele se senta perto deles...entram Ana e Rebeca

Rebeca - boa noite hoje e nosso primeiro dia de aula e quero apresentar a vocês a professora Ana...

Batem na porta e entram...

Tonho - licença prefessora, tem lugar pra mais 4 alunos na sua turma?

Rebeca - lógico que tem seu Antonio.

Tonho - eu, minha mulé e minhas subrinhas queremu aprende a lê, tamu cansado de ser igual boi nessa vida...sem entendimento das palavras sabe?

Rebeca - sei seim seu Antonio e o senhor esta certo, agora vocês vão aprender a ler e não só isso vão também aprender a escolher, refletir e ter senso critico.

Tonho – isso é bao demais sô!

Zefinha – prefessora essas são minhas subrinhas Rosinha e Elenilda.

Rosinha - oia fessora eu fui na escola quando era pequena...aprendi um bucadinho...eu conheço as letras e umas palavras

Elenilda – eu também...seio lê mais o menos

Rebeca - então voces são letradas...só precisam ler mais...aqui a professora Ana vai ajudar vocês.

Rebeca – então vamos começar a aula?

Todos – vamos professora

Entrevista com um adolescente surdo

(realizada no dia 31/05/09 na casa da discente Jeniffer X. Saraiva)
Entrevistados

Mãe: Maria Teresa
Idade: 42 anos
Filho: Diego
A mãe foi interprete

Perguntas e Respostas

1. Como foi sua gravidez?
Durante a gravidez, correu tudo bem, fiz acompanhamento médico, pré – natal, alimentação normal, passei por algumas preocupações, mas não interferiu na minha saúde e na do bebê.

2. E o parto?
O parto foi cesariano sem complicações, ele chorou bastante

3. Como vocês (mãe e pai) descobriram a surdez de Diego?
No primeiro mês de eu fiquei desconfiada que houvesse algo errado com o meu filho, pois ele chorava muito e nada que fizéssemos cessava o choro dele. Sempre tentávamos chamar a atenção dele por meios de brinquedos com barulho, musicas de ninar,mas não obtínhamos resultado positivo, então resolvi procurar um médico,após alguns exames veio o diagnóstico foi (um choque ), o Diego era surdo.

4. Qual foi sua reação?
Eu achei que era impossível e isso não podia está acontecendo comigo, o meu bebê era lindo e visivelmente perfeito. Não aceitei! E dei meu filho para minha mãe criar, tentei não me aproximar muito, mas depois de algum tempo resolvi que o filho era meu e o amava do jeito que Deus havia me dado.

5. Tem outros casos de surdez em sua família ou do seu marido?
Tem sim na do meu marido, ele tem um tio por parte de pai era surdo, e o segundo caso e o Diego.

6. Como você começou a se comunicar com o Diego?
Procurei ajuda na igreja que congrego, lá têm surdos, temos interpretes e eles e me ensinaram alguns sinais que me ajudaram na comunicação com o Diego, eu e meu marido aprendemos aos poucos a lidar com a situação.

7. Com quantos anos ele entrou na escola?
Com sete anos de idade, ele entrou na 1º série do ensino fundamental, em uma escola especializada para surdos em sua sala tinha vinte crianças contando com o Diego todos surdos.

8. Como foi a infância dele?
Creio que normal, ele brincou, mas sempre em nossa casa ou na casa de um amiguinho surdo, nunca com amigos ouvintes, pois não confiamos. Sempre controlamos as amizades dele e só sai comigo ou com o pai dele.

9. Qual o grau de surdez do Diego?
O Diego tem a audição totalmente comprometida, ou seja, ele não escuta nada, e totalmente surdo.

10. Como e a comunicação em família?
Conversamos em libras com o Diego eu e o pai dele, nos comunicamos sempre para que o Diego saiba o que estamos falando,interagimos com ele através da libra nas refeições, do lazer ou se em todos os momentos.

Perguntas direcionadas ao Diego

11. Quais seus passatempos favoritos?
Jogar vídeo game, navegar na net ir a reuniões para jovens de minha igreja.

12. Se você pudesse mudar o mundo, o que você mudaria?
A desigualdade! Queria que fossemos iguais perante as leis dos homens, pois igualdade mesmo só na lei de Deus.

13. Qual a dificuldade em aprender a língua de sinais?
Eu não achei difícil, e aprendemos de acordo com nossas necessidades.

14. A sexualidade como você encara, prefere se relacionar com surdos ou não faz diferença?
Eu encaro de forma normal, e prefiro namorar com garotas surdas. E bem melhor, já me relacionei com moça ouvinte mais não deu certo.

15. Você sofre algum tipo de descriminação qual?
Não diretamente, mas já vi pessoas rindo de mim e de meus amigos enquanto conversávamos em libras em um shopping. E confesso que e chato.

16. Na comunidade surda como vocês lidam com a questão das drogas?
Somos evangélicos temos a Deus não precisamos de drogas para ficamos felizes ou esquecer nossos problemas.

17. Qual a importância da sua família em sua vida?
A minha família é meu alicerce, e um presente de Deus para mim.

18. Qual a maior dificuldade que você encontra no mundo dos ouvintes?
A inclusão social.

19. Qual sua escolaridade pretende fazer um curso superior, como foi seu aprendizado e desenvolvimento desde o inicio?
Estou cursando o 3º ano do ensino médio, não sei ainda se vou cursar o ensino superior, mas se for farei artes plásticas adoro desenhar, desenho super bem. Sempre estudei em escola especializada para surdos, meus pais nunca me colocaram em escola regular.

20. Você tem irmãos?
Não, sou filho único.

21. Gostaria de ter irmãos?
Não, gosto de ser filho único, acho que se meus pais tivessem mais filhos eu não tinha estudado em escola de surdos, e sim em escolas de ouvintes sofreria humilhações, sei tudo seria mais difícil para mim, gosto e prefiro pessoas iguais a mim.

22. Com quantos anos você teve sua primeira namorada?
Com 17 anos, ela era ouvinte, no começo foi legal, depois ficou chato, ela não gostava da minha galera, ai brigamos e terminamos, acho que ela não se sentia bem no meio dos surdos e eu no meio dos ouvintes.

23. Você tem liberdade para sair, ou só acompanhado?
Não só saio com meus pais ou com amigos, isso me incomoda fazer o que? É o único jeito, sei que e para o meu bem, se é perigoso para os ouvintes imagine para nós surdos sairmos sozinhos.

24. O que você mais gosta de comer, qual seu prato predileto?
Amo comer chocolate e meu prato predileto e arroz, feijão, bife e batata frita.

25. Qual o lugar que você mais gosta de freqüentar?
A igreja onde congrego e adoro ir ao museu.

26. Você sabe ler e escrever?
Sim.

27. Qual seu sinal?
E o gesto de um boné!
(Faz um gesto de boné com a mão na frente da testa)

28. Você curte alguma banda, estilo de música ou clip?
Gosto de Black, e adoro assistir clips da MIX TV.

29. Qual seu estilo de roupa?
Não sei, gosto de me vestir assim, sempre uso esse tipo de roupa! Pareço Rapper né?!

Resumo sobre o desenvolvimento humano na visão do psicólogo Jean Piaget

O estudo do desenvolvimento humano, dentro da psicologia, concentra-se no esforço de compreender o homem em todos os seus aspectos, desde o nascimento até a fase adulta e velhice, dentro deste esforço várias teorias tem surgido, uma delas é a de Jean Piaget, que tem se destacado das demais com a sua visão interacionista (a relação de interdependência entre o sujeito e o objeto de conhecimento). O processo evolutivo humano tem uma origem biológica que é ativado pelo ato de interagir do indivíduo com o ambiente que o rodeia, significa entender com isso que as formas primitivas da mente, biologicamente definidas passam por um reogarnização em função da relação que há entre o sujeito e o objeto a conhecer, a inteligência não é inata, ela é construída no processo de interação do ser com o meio ambiente (físico e social) ao qual esta inserido; Nesse processo podem haver desajustes que rompem com o estado de equilíbrio do indivíduo sendo necessário uma adaptação, essa adaptação segundo Piaget ocorre de duas formas:

• Assimilação: é a tentativa do indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da inteligência que ele possui naquele momento específico da sua vida, um processo contínuo onde o indivíduo esta em constante atividade da interpretação da realidade que o rodeia, tendo que se adaptar a ela. No processo de assimilação ao entrar em contato com o objeto de conhecimento, busca-se retirar deste informações que interessam ao indivíduo, deixando outras menos importantes.

• Acomodação: é a capacidade de modificar a forma de pensar antiga para dar conta do domínio de um novo objeto de conhecimento, é o momento aonde o objeto age sobre o sujeito.

Assimilação e acomodação, fazem parte do processo de equilibração que pode ser definido como uma forma de organização que visa levar o indivíduo à construção de uma maneira de adaptação à realidade, estão presentes durante toda a vida, permitindo esta adaptação.
Piaget considera quatro períodos no desenvolvimento humano, que define como aquilo que o indivíduo consegue fazer de melhor, dentro de sua faixa etária.

• 1º período Sensório-motor: 0 a 2 anos
• 2º período Pré-operatório: 2 a 7 anos
• 3º período Operatório concreto: 7 a 12 anos
• 4º período Operatório formal: 12 anos em diante

São caracterizadas por formas diversas de organização mental, possibilitam diferentes maneiras do indivíduo relacionar-se com a realidade a sua volta, todos vivenciam as 4 fases nesta seqüência, o início e o fim de cada uma podem sofrer variações decorrentes das características biológicas de cada um, dos estímulos ou a ausência deles proporcionados pelo meio que estiver integrado.

Período Sensório-motor (0 a 2 anos): a criança nasce num mundo caótico, habitado por objetos que aparecem e desaparecem de seu campo de percepção, as funções mentais limitam-se aos exercícios herdados (sucção), o universo que rodeia a criança vai sendo conquistado a partir dos sentidos e dos movimentos (movimento dos olhos), ela vai se aperfeiçoando, adquirindo habilidades, se concebendo dentro do universo com objetos, tempo e espaço, situa a si mesma como um objeto.

Período Pré-operatório (2 a 7 anos): o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da linguagem, compreende-se segundo Piaget, que a inteligência é anterior a fala, a linguagem é considerada como uma condição necessária mas não suficiente ao desenvolvimento, o surgimento da linguagem traz modificações importantes nos aspectos afetivos e sociais da criança, ela possibilita a interação com as outras pessoas. Essa fase é marcada pelo egocentrismo, a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à carência de conjunto de conceitos e da lógica.

Período Operatório concreto (7 a 12 anos): capacidade da criança de criar relações e coordenar pontos de vista diferentes, integrá-los de forma lógica e coerente, interiorização de ações, começa a realizar operações mentalmente, raciocinar de forma coerente,objetos ou situações são passíveis de serem manipuladas ou imaginadas de forma concreta
,não mais apenas através de atos físicos típicos da inteligência sensório-motor.

Período Operatório formal (12 anos em diante): a criança amplia suas capacidades, consegue raciocinar sobre hipóteses, capaz de formas esquemas de conceitos abstratos e através deles executar operações mentais dentro de princípios da lógica, discute valores morais e constrói os próprios adquirindo autonomia, adquire a forma final de equilíbrio e o padrão intelectual que persistirá por toda a vida adulta.

Dentro da psicologia piagetiana também existe um desenvolvimento da moral que ocorre por etapas, nos estágios do desenvolvimento humano, a moral é um sistema de regras, sua essência esta no respeito que o indivíduo adquire por estas regras. O desenvolvimento da moral dividi-se em 3 fases:

• Anomia (crianças até 5 anos): a moral não se coloca, as regras são seguidas mas a criança não esta mobilizida pelas relações bem x mal e sim pelo senso de dever e hábito.
• Heteronomia (crianças até 10 anos): moral = a autoridade, como algo imposto pelos costumes, portanto imutável.
• Autonomia: último estágio há a legitimação das regras a criança pensa a moral.

As relações entre os indivíduos que são regidas por regras envolvem, por sua vez, relações de coação - correspondentes à noção de dever – e cooperação.
As idéias de Piaget são um salto de qualidade no entendimento do desenvolvimento humano, na medida em que deixa evidente a tentativa da integração entre o sujeito e o mundo que o cerca.